quinta-feira, 23 de agosto de 2018

BESOURO CORDÃO DE OURO (1895 - 1924)



BESOURO CORDÃO DE OURO (1895 - 1924)

Manuel Henrique, filho de Maria Haifa e João Grasso. Também conhecido como Besouro Mangangá, discípulo de Tio Alípio.
“Tio Alípio era já velho quando conheci ele, mas parecia ter sido assim desde sempre. Ainda leve pisando macio no chão feito bicho gato. Ninguém nunca percebia ele chegar. Eu nem notava, por tanto que quisesse, de que lado tinha vindo. Quando me dava pela coisa ele já estava ali na minha frente….Tio Alípio meu pai e meu mestre… me fez o filho querido dos segredos, me iniciou nas artes, na mandinga … na capoeira.” (F P pág. 25)
Maracangalha, lugarejo próximo (28 km) de Santo Amaro da Purificação. Famoso no mundo da capoeira, devido às inúmeras façanhas do temível capoeirista Besouro.
Um dos seus discípulos, Cobrinha Verde (Rafael Alves França) narra: O nome lhe veio da crença, de muitos que diziam que quando ele entrava em alguma embrulhada e o número dos inimigos era grande demais, sendo impossível vencê-los, então se transformava em besouro e saía voando. (pág. 264)
Faca de ticum: O ticum é uma palmácia, também conhecida por tucum (Bactris setosa, Mart.) … a madeira tem a resistência do ferro, daí a confecção de facas, e também tem poderes mágicos contra mandinga. Corre entre os capoeiras antigos, confirmado pelo próprio Cobrinha Verde, que Besouro foi morto em 1924, em consequência de um ataque com faca de ticum, em Maracangalha, não morrendo de imediato, sendo transportado para o hospital da Santa Casa da Misericórdia de Santo Amaro da Purificação; somente quinze dias depois é que veio a falecer. (pág. 297)
Besôro quando morreu
Abriu a boca e falô
Adeus Maracangalha
Qui é terra de matadô. (pag. 124)

Referências:
CAPOEIRA ANGOLA ensaio sócio-etnográfico
Autor: Waldeloir Rego – Editora Itapuã – 1968
F P – FEIJOADA NO PARAÍSO
Autor: Marco Carvalho – Editora Record - 2009

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