Wescley Tinoco saiu do mundo corporativo, virou MEI, montou uma loja móvel e hoje vive dessa mistura de luta e dança brasileira.
Por Jornal
de Negócios do Sebrae/SP
Wescley
Tinoco, da Iúna Capoeira Wear:
"Pensei na possibilidade de uma
marca que representasse
meu esporte, que eu gostasse de usar"
(Patricia Cruz/Jornal de Negócios do Sebrae/SP
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“‘Você
já vive de capoeira?’ Essa foi a pergunta de um amigo, no início
de 2012. Eu, claro, respondi que era impossível viver só de
capoeira no Brasil.
Nascido e criado em Guarulhos,
na Grande São Paulo, comecei a praticar capoeira ainda muito novo;
esse era o refúgio para as tardes nos dias de semana. Enquanto a
maioria dos garotos da minha idade preferia o futebol, eu não saia
da Quilombo dos Palmares, academia do meu mestre Peixe.
Minha juventude foi dedicada à
capoeira. Ela me ajudou muito, na formação como homem e cidadão a
ter responsabilidades, treinar, manter a mente focada e passar por
obstáculos.
O primeiro contato com a moda
aconteceu por meio da capoeira em 1994. Eu era apaixonado por brincar
com a cor das calças, que até então tinham o branco como padrão.
Como hobby, pedia para as costureiras do bairro customizarem de todos
os jeitos, com todas as cores.
Em 1997, fui classificado para
o campeonato brasileiro de capoeira. Tinha certeza de que ia ganhar,
estava preparado. Então fiz uma calça customizada com a bandeira do
Brasil para a disputa. Ganhei.
Além
de apaixonado pela capoeira, sou formado em administração e
pós-graduado em finanças. Sempre trabalhei em grandes corporações
financeiras. Pegando condução para chegar ao serviço, comecei a
observar o que as pessoas vestiam e percebi que as roupas, muitas
vezes, não correspondiam à essência delas. Pensei na possibilidade
de uma marca que representasse meu esporte,
que eu gostasse de usar. Não achei.
Foi
aí que tive a ideia de montar a Iúna Capoeira Wear, uma marca
de roupa para
amantes da capoeira, que pode ser usada em diversos ambientes.
Coloquei em prática tudo que havia aprendido com os cursos do
Sebrae-SP de Guarulhos, que já eram meus parceiros há anos.
Em março de 2013, fiz um
evento na academia de capoeira onde sou professor para o lançamento
da minha marca, a Iúna Capoeira Wear. Promovi uma roda de capoeira,
chamei meu mestre Peixe e mais alguns capoeiristas. Após a roda,
ocorreu um desfile para apresentar as primeiras peças da marca.
Quando terminou, estava
estampado na minha cara que era isso que gostava de fazer. Decidi
viver da moda capoeira. Corri até o Sebrae-SP em Guarulhos e me
formalizei como MEI. Comecei a vender pela internet e em eventos de
capoeira. Em 2015, montei a loja móvel, um carro que uso para fazer
entregas e mostrar mais algumas peças aos clientes.
Para o futuro, desejo aumentar
a frota da loja móvel, expandir a marca para outros estados e abrir
uma loja fixa. Caso aquele mesmo amigo me perguntasse novamente se é
possível viver de capoeira, eu diria que hoje vivo só da capoeira.”
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