quarta-feira, 21 de junho de 2017

MESTRE EZEQUIEL 1941 - 1997 (TEXTO: BOA ALMA)


Foi lá, na velha Bahia de outrora, na cidade de São Gonçalo dos Campos, no Recôncavo Baiano, que, no dia 18 de abril de 1941 nasceu Ezequiel Martins Marinho, o velho Zica como era chamado pelos amigos, ou Jiqué, apelido pelo qual o Mestre Bimba carinhosamente o chamava.
OS PRIMEIROS PASSOS NA CAPOEIRA
Ezequiel aprendeu a capoeira de "oitiva", ou seja observando o dia a dia das rodas,(método de aprendizagem muito comum aquele tempo), chegava na roda assistia e reproduzia os movimentos que via na mesma, ou, em outras rodas posteriores.
A CHEGADA NA REGIONAL
O mestre, Ezequiel antes de se entregar de corpo e alma á capoeira foi policial militar na cidade de Salvador, e foi dentro dessa profissão que, em meados dos anos 60 conheceu o mestre Sací, um dos grandes discípulos do Mestre Bimba, esse por sua vez, ministrava aulas de Capoeira Regional na Academia dos Oficiais da PM, com séde no Quartel dos Dendezeiros, em Itapagipe. Ezequiel que já era rodado na capoeira tradicional, após conhecer e praticar a capoeira regional pelas mãos do Mestre Sací, foi levado e apresentado pelo mesmo ao Mestre Bimba, ainda na mesma década.
A CONVIVÊNCIA COM O MESTRE BIMBA
Ao conhecer o Mestre Bimba, o sonho do Mestre Ezequel, de ser apenas um capoeirista de fama e respeitado nas rodas, logo virou uma paixão incondicional por essa arte genuinamente brasileira, e não demorou para que se formasse lenço azul(aluno formado na capoeira regional), o mesmo se formará junto a Luciano Figueiredo(M.Galo). O mesmo era tido como um dos mais fiéis discípulos do M. Bimba, um grande defensor da Capoeira Regional baiana.
CANTAVA COM EMOÇÃO
O tempo foi passando e o mestre Ezequiel tornou se, um dos mais afamados cantadores, tocadores e compositores da História da capoeira, chegou a gravar um disco que hoje em dia é tudo como relíquia. Como diziam aqueles que o conheceram e conviveram "cantava com emoção"
AS CONQUISTAS
Foi bi campeão brasileiro de capoeira nos anos de 1976 e 1977, participou dos Grupos Folclóricos Olodum e Olodumaré, onde representou a Bahia e o Brasil em dois importantes eventos: Festival Internacional de Folclore, em Salta, e em Quito no Equador, nas duas ocasiões os conjuntos Folclóricos, ocuparam as primeiras colocações lhes rendendo o prêmio máximo da medalha de ouro, e a honrosa premiação “Huminaua de Oro”.
APÓS A PARTIDA DO MESTRE BIMBA
Por volta de 1972 quando o Mestre Bimba planejava sair da Bahia, já no ano seguinte, o mestre Vermelho 27 lhe comprará a velha e famosa academia, e foi o Mestre Ezequiel o escolhido para lhe ajudar nessa empreitada de tocar os trabalhos por ali. Depois de algum o Mestre Ezequiel fundará o seu próprio grupo. O Grupo Luanda, com séde no Bairro do Resgate na região do Cabula, próximo onde o mesmo morava.
A MORTE
Mas como dizem por aí no ditado popular que nessa vida ninguém vive pra semente, com o mesmo não foi diferente. Em 1997 o mestre partiu, ainda na juventude dos 56 anos de idade, deixando um vazio nas rodas da terra para a alegria das rodas do céu.
Créditos, bibliografias consultadas;
(algumas citações sobre o mesmo nas seguintes obras);
FILHO, Angelo A. Decânio. A herança de mestre Bimba.
Salvador: Edição do Autor, 1996.
ALMEIDA, Raimundo César Alves. A saga do mestre
Bimba. Salvador: Edição do Autor, 1994. p.17,63,73.
Bimba perfil do mestre. Salvador: Edição do Autor, 1982, p.45
ABREU. Fred. Negaça. Boletim Informativo da Ginga
Associação de Capoeira. Salvador, Ano III, n. 3,
p.55, 1995.
MUNIZ, Sodré, O Brasil simulado e o real. Rio de
Janeiro: Rio Fundo Editora, 1991, p.17-18.
MOURA, Jair. Jornal O Município. Salvador, Ano II, n.l, p.4-5,
1968. ___. Cadernos de Cultura, Salvador, Prefeitura
Municipal do Salvador, n. 01, 1979.
Outras fontes;
.Documentários áudio/visuais disponível com depoimentos do mesmo no YouTube/

Texto;
Antônio Luiz dos Santos Campos (boa alma)


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