Mestre Brasília |
CONSCIÊNCIA
POLÍTICA NA CAPOEIRA
Gosto
muito de uma frase dita pelo filósofo grego Platão (427-347 a.C.)
"Não há nada de errado com aqueles que não gostam de
política, simplesmente serão governados por aqueles que
gostam.".Esta frase escrita a quase 3.000 anos atrás que
retrata muito bem o momento pelo qual estamos passando. O capoeirista
teima em não ler, não pesquisar e mesmo não atuar politicamente.
Por isso somos sempre relegados a um segundo, terceiro e quarto plano
dentro do que o Estado pode proporcionar quanto a políticas
públicas. Falta nos enxergarmos como um segmento social e estarmos
unidos dentro de uma perspectiva de Coletivo. Outros segmentos
sociais em menor quantidade estão representados nas câmaras
municipais, assembleias legislativas e congresso nacional, uma vez
que entenderam que somente quem é do segmento pode transformar a
realidade social daquele segmento. O segmento evangélico esta em
todas as esferas do governo, bem como o movimento GLTB, que pouco a
pouco vai ganhando terreno em meio ao poder legislativo e executivo.
Enquanto não acordarmos para essa realidade, estaremos sempre ás
margens da sociedade sem propostas reais de políticas públicas.
O
Mestre de Capoeira é um imenso patrimônio político. Atuando em
todos os níveis da sociedade, nos grandes centros urbanos ou rurais,
escolas, empresas e comunidades carentes e de alto padrão, as vezes
por longos anos, ele torna-se referencia e liderança nessas
comunidades. Hoje somos um dos maiores segmentos sociais do mundo.
Estamos presentes em mais de 150 países e com um número aproximado
de 6 milhões de praticantes, e mesmo com todo esse potencial humano,
não conseguimos lutar de forma conjunta para termos nossos
representantes junto no poder executivo. Numa rápida pesquisa,
perguntamos a alguns capoeiristas qual a sua opinião, no sentido de
que nosso segmento possa ou não ter um representante nos diversos
níveis do poder legislativo, e se a resposta fosse SIM, quais seriam
as qualidades e o perfil desse representante. As respostas foram as
mais variadas possíveis, porém foi em sua maioria a opinião de que
deveríamos sim, possuir um representante que trabalhasse em prol ao
nosso segmento. Quanto ao perfil desse representante da Capoeira
foram elencados os seguintes itens:
1. Que tenha uma grande
expressividade no segmento da Capoeira;
2. Alguém que busque
desenvolver projetos que abranjam o Coletivo, não somente a um grupo
especifico.
3. Que esse representante possa ouvir as demandas do
segmento e criar propostas para que essas necessidades sejam sanadas;
além de,
4. Ser uma pessoa integra, honesta, trabalhadora e que
tenha o carisma de todos no segmento.
Creio que é chegado o momento
de nos conscientizarmos politicamente e nos entendermos enquanto
segmento social, que paga seus impostos, que cumpre com suas
obrigações de cidadãos e que trabalha pela melhoria da sociedade e
buscarmos dentre nós aquele que tenha essas qualidades e darmos um
primeiro passo em busca de melhorias para no nosso segmento.
Antônio Cardoso Andrade ( Mestre Brasília)
* solicitamos a leitura em www.capoeiranews.com.br, o artigo: RODA um partido para o país.
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